Início – o motivo escondido atrás do sorriso
Ela chegou com pressa. E quem é que não chega?
A ansiedade é a rainha do consumo desenfreado. Mas esse é um dos poucos que são profundamente necessários.
Sentou na cadeira e abriu a bolsa com o cuidado de quem carrega uma granada.
Lá dentro, embrulhada num pano bordado, estava a prótese. Aquela mesma que usava só dentro de casa.
Olhou pra mim e disse, sem titubear:
— Minha filha vai se casar daqui a 12 dias.
E eu não posso estar no altar dela… com isso aqui na boca. Será uma vergonha sem fim!
Ela chegou com um prazo na cabeça.
E o prazo não era clínico, nem técnico.
Era emocional.
Era social.
Era a urgência de não parecer invisível num dos dias mais importantes da própria vida, e da vida de sua tão amada filha.
A era da pressa – e das promessas fáceis demais
Vivemos tempos de gratificação imediata. Vivemos na era da DOPAMINA.
As pessoas não querem só dentes.
Elas querem resultado. Rápido. Estético. Instagramável.
A internet promete:
“Dentes fixos em 24h.”
“Implantes sem cortes.”
“Sorriso novo antes do fim de semana.”
Mas o osso não tem Wi-Fi.
O corpo não responde a anúncios.
E, muitas vezes, o que está por trás da pressa é uma dor que vem se acumulando há anos — vergonha, insegurança, frustração.
Espera-se uma vida para tratar com implantes. Não por medo clínico em si. Mas, por medo da frustração de dar errado ou da vergonha de não se conseguir arcar com os custos de um tratamento.
A realidade clínica – e o risco da superficialidade
Sim, a carga imediata é possível.
E sim, é possível transformar um sorriso em pouquíssimos dias.
Mas só quando feita com base.
Com técnica.
Com critério.
E com respeito absoluto à biologia.
O que muita gente não diz é que, quando o osso está ausente — ou quando o caso exige algo além do comum — a pressa vira risco.
A ansiedade do paciente vira marketing.
E o resultado pode ser desastroso.
O que ela me trouxe – e o que fizemos juntos
Ela me trouxe o medo.
A vergonha.
O prazo.
E a prótese.
E eu devolvi algo que ela nem sabia que ainda tinha: confiança.
Usamos a própria dentadura que ela já possuía.
Adaptamos cuidadosamente.
Transformamos em uma prótese fixa — estável, segura, bonita.
Tudo isso em dois dias.
Mesmo com necessidade de uma cirurgia complexa.
Mesmo com ancoragem zigomática.
Mesmo com o pouco tempo que tínhamos.
O diferencial que quase ninguém tem coragem de assumir
O que me diferencia de muitos colegas não é só saber operar implantes zigomáticos.
É saber fazer isso com maestria e bom senso clínico.
É entender o desejo do paciente e equilibrar com o que a biologia permite.
É usar a dentadura que ele já tem como ponto de partida — não como lixo descartável.
É saber o que fazer. E saber tratar bem enquanto faz.
Porque você não está só colocando dentes.
Você está cuidando de um ser humano, com um evento marcado no calendário, uma dor no coração e a esperança viva no olhar.
Mais do que dentes fixos
Ela entrou na igreja dois dias depois com os dentes fixos.
Mas foi muito mais que isso.
Ela entrou com o rosto limpo.
Com o sorriso inteiro.
E com a cabeça erguida — como toda mãe merece.
E chorou. Copiosamente. Como nunca teria chorado antes. Porque seu passado sem dentes passou diante dos seus olhos ao adentrar a igreja com o Pai do noivo.
Agora pare um pouco e pense!
Se você também tem um evento marcado. Ou não. O “evento” pode ser você mesmo te convidando a entrar na sua “Igreja”. Pode ser o canto do Coral. Pode ser um encontro periódico com amigos.
Ou se cansou de promessas mágicas, montagens e filtros —
E quer um sorriso real, durável e digno, com planejamento de verdade e um profissional que te escuta antes de agir…
Dr. Daniel C Coutinho
Cirurgião-Dentista, Implantodontista, Protesista.
CRO RN / 2966