A Ana Que Todos Temos Dentro de Nós

A vida de Ana era dividida em dois momentos: antes e depois de parar de sorrir.

Tudo começou com uma infecção no molar esquerdo. Pequena. Insignificante. Uma dor que, com o tempo, sumiu. E o problema permaneceu. Seu organismo deixou de alarmar.

Mas, como muitas coisas na vida, o que parecia inofensivo acabou se tornando uma tormenta. Perdeu o dente. Depois mais outros de trás. Quando percebeu, sorrir virou um ato raro, quase clandestino, reservado apenas ao escuro do banheiro, quando ninguém estava olhando.

Ana se acostumou com o silêncio. Parou de sair para almoçar com as colegas do escritório. Aprendeu a viver de sopas e palavras curtas, respostas monossilábicas que não exigissem abrir demais a boca. Evitava espelhos e, quando alguém a chamava para tirar uma foto, dizia estar gripada, com dor de cabeça, qualquer coisa.

Até que um dia… bastou um olhar. No reflexo da vitrine de uma loja, ela encarou o que tentava esconder havia tanto tempo. Era hora. Já tinha se passado tempo demais da conta.

Naquela mesma tarde, pesquisou na internet: “implantes dentários para reabilitação total”. Encontrou um profissional que parecia entender não só de dentes, mas de histórias. Histórias como a dela. Era o Dr. Daniel Coutinho.

Ligou para a clínica no dia seguinte, o dedo hesitante no botão de chamada. Uma voz doce atendeu: “Oi, Ana! Que bom falar com você. Vamos marcar um horário para sua avaliação?” A Carolina respondeu.
Foi a primeira vez, em muito tempo, que alguém a tratou como uma pessoa que importava.

Na consulta, Ana entrou de olhos baixos, mas o Dr. Daniel a recebeu como se ela fosse uma velha amiga. Ele perguntou como tudo tinha começado, ouviu cada detalhe. Não a interrompeu. Não a apressou. Quando ela terminou de falar, ele explicou o que seria feito. Implantes dentários. Nada de enxertos complicados. Uma solução rápida, segura. Havia passado muita segurança na explicação. Ela sentiu uma firmeza absurdamente alta. Uma chance de voltar a sorrir sem medo.

Ana chorou. Não de tristeza, mas de alívio. Ela podia voltar. Ela ia voltar. A dúvida nunca mais iria voltar. Saíra da consulta com uma certeza: era o Dr. Daniel quem iria assinar o seu novo sorriso.

A cirurgia foi marcada na hora para dali a algumas semanas. Isso porque o Dr. precisava ainda de alguns exames. “Negligência nunca existia em seu vocabulário”, dissera, minutos antes. No dia em questão, sentada na cadeira, Ana fechou os olhos e deixou o tempo passar. Quando tudo terminou, o dentista sorriu.
“Pronto, Ana. Bem-vinda de volta.”

As próteses definitivas vieram poucos dias depois. Naquela tarde, Ana se olhou no espelho da clínica, mas diferente da vitrine de semanas atrás, ela não desviou o olhar. Deu um passo mais perto, abriu a boca, e o sorriso surgiu, tímido no começo, até explodir em algo que ela mal reconhecia. A mulher que sorria de volta para ela era tão linda que doía. Ela sabia disso.

Não importava sua idade hoje. A estante repleta de fotografias, com suas faixas de Miss, falavam por si. Claro, disse ela: isso foi há 25 anos. Não importava agora. Seu sorriso merecia o Miss Universo!

Na saída, ela se despediu da equipe com um abraço. Mas antes de atravessar a porta, virou-se e disse:
“Eu nem sabia o quanto sentia falta de mim mesma.”

E, pela primeira vez em anos, Ana foi almoçar com as amigas.

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